Diante dos meus olhos paira o negro dos teus cabelos
Na distância de um abraço e num percurso de abismo.
A impossibilidade de beijar-te trespassa meu coração
Numa tortura de horas continuadas na morna lentidão
abrangendo teu cheiro; o toque dos dedos; o feitiço dos lábios.
Me possui aquela ansiedade como se diante de ti
Eu me despisse com todos os meus sonhos a mostra;
Apenas como se pensar na tua presença me suprisse
Do desejo pulsante que desfigura toda lógica e razão.
Mas estás tão presente quanto a névoa vista e não tocada
Dispersada quando tateamos nos caminhos das cintilâncias.
Teu corpo atravessa meus conceitos de pura e ideal beleza
Atingindo a perfeição da Vênus de Milo banhada do solstício.
O teu seio palpita com a descoberta dos sabores ocultos
Como se minhas mãos foram as formas que o moldaram já.
Onde estivesses, quisera tua pele impregnada de mim
Da minha ânsia dissimulada, do meu delírio desejoso!
Na tua ausência minha saudade se distrai na vontade
De apoderar-se do futuro e te trazer ao meu instante
e possuir-te enquanto desaparecem as sombras do aqui.
2 comentários:
lindamente linda essa poesia....rs
saudades amigo!!!
Amor Platônico, este que contempla amada e se satisfaz com o próprio amor.
Lindo meu querido amigo!!! bjs
Postar um comentário