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domingo, 13 de fevereiro de 2011

Saudades de VÊNUS

Diante dos meus olhos paira o negro dos teus cabelos
Na distância de um abraço e num percurso de abismo.

A impossibilidade de beijar-te trespassa meu coração
Numa tortura de horas continuadas na morna lentidão
abrangendo teu cheiro; o toque dos dedos; o feitiço dos lábios.

Me possui aquela ansiedade como se diante de ti
Eu me despisse com todos os meus sonhos a mostra;
Apenas como se pensar na tua presença me suprisse
Do desejo pulsante que desfigura toda lógica e razão.

Mas estás tão presente quanto a névoa vista e não tocada
Dispersada quando tateamos nos caminhos das cintilâncias.

Teu corpo atravessa meus conceitos de pura e ideal beleza
Atingindo a perfeição da Vênus de Milo banhada do solstício.

O teu seio palpita com a descoberta dos sabores ocultos
Como se minhas mãos foram as formas que o moldaram já.

Onde estivesses, quisera tua pele impregnada de mim
Da minha ânsia dissimulada, do meu delírio desejoso!

Na tua ausência minha saudade se distrai na vontade
De apoderar-se do futuro e te trazer ao meu instante
e possuir-te enquanto desaparecem as sombras do aqui.

BREVE DESPEDIDA

Gostaria de ser areia da praia
A ponta de lança dos raios solares
O mormaço no vento que sopra
O cristal salgado nas ondas a crepitar
para marcar tua alma e teu corpo impregnar.