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terça-feira, 30 de outubro de 2007

Que complexo é viver

Que complexo é viver
Em sonhos luminosos
Negras decepções
Insondáveis tormentos
Tormentos mutuos
Entre eu e meus amores.
Corridos como a velocidade
Dos nossos móveis-autos
Nossos retratos digitais
Nosso mal eletrônico
Um diabo com botões.
Desespero quase perdido
Pelo desperdício de luzes
Coisas de amanhã por hoje.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

perfume do amanhecer

(para Bruna com carinho)


Era uma vez, numa terra de luzes e brisas.
Os habitantes de azul se moviam entre o cinza feroz das máquinas e um céu branco de tinta com suas luzes artificiais.
Alguns se fadigavam da rotina, outros pareciam nem ter vida.
Num lugar povoado de sombras, nos confins dessa terra distante, havia uma florzinha.
Era cheirosa, alva e tão docinha.
Lá no recanto das sombras, havia muitas outras flores, árvores e cores; mas as vezes a florzinha branca se sentia tão sozinha.
Todas as manhãs, um pequeno pássaro, zunindo suas azinhas, tocava docemente sua música: bom dia bela florzinha!
A florzinha sempre sorria e seu sorriso a tornava ainda mais bela.
Mas as vezes, por detrás daquele sorriso, o beija-flor via a tristeza.
Certa manhã, por seus voos matutinos, o beija-flor não viu seu sorriso e perguntou:
_Singela florzinha, porque você está tão triste?
A florzinha, de lágrimas lavada, disse ao beija-flor:
_Beija-flor, eu me sinto tão sozinha - exclamou.
_Não se sinta assim florzinha - continuou o beija-flor -, entre todas as belezas desse bosque, você é meu único amor.
_Por isso você diz coisas, alegres e divertidas; sábias e descabidas - perguntou então a florzinha.
_Sim meiga e pura florzinha - prosseguiu o beija-flor - sem seu sorriso não existe vida; pois você é a vida das flores coloridas!
Era uma vez numa terra distinta, o Beija-flor e sua Florzinha.As mãos, os olhos, o cheiro da manhã; o sorriso de todos os dias.

"Se a florzinha murcha, morre também o beija-flor"

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Um Cristo

Na parede a fotografia
Que contradizia meu saber
E sei que devia ser mais simples
Muito além do enigmático.
E...sei,
Que nem tudo é "verdade histórica"
Mas...poderia tudo ser mentira ?
As vestes suntuosas mostram
Ao mundo o que nunca foi
E estes olhos azuis,
De quem são ?

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Questão proposta

O Sistema nos acusa de ceder à violência
Mas nós acusamos a violência do Sistema
E a paz dos nossos que se calam
É nossa maior e mais sofrida violência;
Mas aos nossos olhos utopistas, tudo seria
O céu azul de sempre sonhado
As noites amenas com música serena.

Era o que eu fazia,
Ouvia a música enquanto sonhava
Carregava as nuvens e o mundo
Como um Atlas sem fadiga
Com um simples contentamento
(uma simples alegria)
De ser o um deus entre as desgraças ou a dor
Que em demasia aflige aos mortais.
Não,Não, não aceitamos o mundo!

O Que seria da cultura
Se dor não houvesse
Ou a necessidade de super-ação