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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

ADEUS

Hoje me despedi de um grande amigo. Ele partiu nos meus braços – impotentes devo dizer – perto dos quais ele sempre esteve. Senti sua respiração fraca e os movimentos involuntários causados por sua doença terminal. Neste exato momento não sei se fiz bem ou mal, mas decidi por sua partida – imagino que ele teria feito o mesmo por mim. É uma verdade querida e incontestável que os cães são leais aos seus amigos humanos, sem nada exigir em troca, com diz o sábio adágio: “amigo é aquele que nos quer apesar de nada”. Para um cão – e esta também já é uma verdade conhecida – não importa se você é rico ou pobre, negro ou branco, desprendido ou um egocêntrico materialista; ele vai te amar da mesma forma. E se um cão não tem alma – como defendem alguns – e não pode amar, quem então o pode? A saudade dele ficará como uma lembrança profunda dos momentos inesquecíveis que dividimos ao longo de sua breve vida de oito anos. Os momentos em que perdi a paciência com seu latido agudo e insistente, seu esbravejar com os intrusos ‘convidados’ a passar por seu território ‘restrito’. Era alegre e esperto desde o primeiro dia em que chegou a nossa casa, grunhindo por ter se separado da mãe. Ele era um presente para minha filha – e que ironia – morreu no aniversário de dez anos dela, mas acabou sendo um presente para todos. Foi-se meu amigo e ficou o sabor amargo – para mim – de quem poderia ter feito melhor, dado mais valor, carinho e afeição. Ao menos no quantitativo em que recebi. Sempre doses exageradas de amor e companheirismo. Resta apenas esse meu gesto de palavras: adeus amigo. Adeus meu “cãozinho preto e marrom chamado Sansão”. Como é preciso terminar o que se começa – e isso se chama objetivo – descrevo uma cena do filme ‘amor além da vida’ com Robin William, quando após a morte ele se depara com um mundo maravilhoso e encontra-se com o animal de estimação da filha que também havia morrido e diz: “eu estou no céu dos cães” – e deve ser assim. Deve ser assim!