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sexta-feira, 18 de março de 2011

DESCONFORTO

Não sei se você já se sentiu assim, mas hoje – como é até comum – não estou cansado dos outros. Estou, ou sinto-me cansado de mim mesmo. Alguma coisa aqui dentro, talvez minha alma ou uma coisa que se chama coração esteja clamando desesperadamente por silêncio e talvez esse seja o modos operandi mais improvável para se alcançar silêncio. Ao dormir eu planejei como acordar. Acionei o dispositivo eletrônico de um celular que não é meu, coloquei o pijama recém lavado e ainda com uma fragrância suave de amaciante e por fim recostei a cabeça no travesseiro desconfortável comprado numa liquidação. Se quer ouvi o despertador com sua sonoridade irritante escolhida propositalmente para evitar a vontade de ignorá-lo e continuar dormindo. Sinto-me como Zeus quando Prometeu lhe roubou o fogo do conhecimento divino. Esqueçam. Talvez a figura seja entendida melhor de modo inverso; dessa forma, me sinto como Prometeu ao ser punido por roubar o fogo de Zeus. Sofro e é por causa do fogo, seja em qual ordem for e isso torna o sono uma pequena tormenta, uma batalha desesperada do inconsciente para compor um retrato com milhares de fragmentos.

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