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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

NÃO ME BASTO DE MIM SEM TI

Que evolução do cosmo nas micro partículas místicas nos trouxe ao intricado presente? Oh nobre artesão que formou teu corpo inteiro desta carne substanciosa e fremida Ah que devorador de teus desejos ocultos me tornei no auge da febre noturna. Ora os teus olhos de retoque tão sutil de um traçado sedoso, levemente inclinados na direção do sol. Ah eles são os sóis em minhas micro galáxias devastadas e distantes O teu sorriso carente de uma estética alheia – e para mim indiferente Se reveste de uma beleza singular ao repetir-se e repetir-se. Luminosidade! O leve arqueado dos ombros suportam o peso da minha paixão excessiva, A paixão é sempre excessiva – ranhuras incuráveis na alma, marcas indeléveis. Que seio velado! Ah, apenas um vislumbre! O complemento exato para um doce coração. Gravidade! Teus braços se alongam. Tentáculos a atrair todos os meus abraços Compacta satisfação do calor, da proximidade, do hálito, fôlego profundo! A minha leitura desejosa do toque de tuas rústicas protuberâncias. O segredo De tuas ancas a precipitar-me numa extensão poderosa ao prazer que se esconde Nas curvaturas que se entrelaçam à poderosa imagem da divindade palpável e simples Fora eu essa linha tênue entre a imagem e a realidade repleta de negações! Ainda os teus olhos! Eles cantam essa música invisível, serena. A melodia É a música que me conduz de um lado a outro num turbilhão de emoções Para os vagalhões abissais desse mar que se oculta num segredo que partilhamos. És uma das sereias homéricas e eu tão distante de um lar ideal. Ah meu ideal! Já não há como fugir de ti, idéia fixa de minha obstinada e ainda lúcida mente. Sorrio quando teus olhos sorriem numa efusão repleta de flocos de neve Perfeitos flocos de neve na sua geometria idealizada pelo teu artesão. Nobre cristal! Perfeitos flocos de neve tão pura e doce como teus lábios apesar de rosáceos. Ah teu corpo mulher! Dança, dança numa coreografia moderna e proporcional. A magia com que te vejo no movimento do mundo em transitoriedade alheia. Teus lábios se compungem, distraem e contraem. Movimento obtuso e frenético Com toda a carga de tuas ansiedades misturadas ao sonho, o sonho singular. Ah se o teu sonho fora o meu sonho, o sonho de um homem pequeno e simples O sonho e a razão do poeta falido com suas esgotadas palavras. Foram tantas! Enfim me rendo à saudade, ao desespero e a desilusão de quem não foi amado Enquanto o pêndulo da vida segue, e vagarosamente, minhas luzes se apagam. Fim!