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sexta-feira, 7 de setembro de 2007

O motivo e arte

O poeta não pergunta porque escrever ou qual o sentido da sua arte antes de "escrever". A poesia não pergunta por motivos; é ela o próprio motivo. A poesia pergunta pelo poeta, "onde está você ?". Participei de oficina de poesia, mas não se pode ser "o macânico de poesia". Só se pode ser poeta naturalmente. Nessa tal oficina, o instrutor reagiu quando eu disse que "jamais existiria outro Drummond" . Anoto na minha integra sua réplica: "Ora, talvez você possa ser maior que ele, um dia alguém pode reconhecer o valor da sua poesia." Permitam- me dizer que morrerei a discordar desse nefasto comentário, porque ele mesmo (meu interlocutor), poeta mediocre, se é que o possa chamar de .....,jamais será capaz de julgar os méritos de uma obra de tal grandiosidade como a de Drummond. Certa vez quando destruí grande quantidade de meus poemas inéditos (e eles ficarão eternamente inéditos), minha sábia professora disse: "não faça isso, esses poemas são parte de você!). Ah ! Isso sim é uma verdade profunda. Ela não disse, "não faça isso; esses poemas são muito bons" e não disse pior assim: "não faça isso, pois você pode ser reconhecido no futuro como sendo melhor que Drummond." Seria essa uma heresia digna de fogueira.
Não sou como o naturalmente-poeta-admirável Neruda, Não possuo a dramaticidade de Garcia Lorca nem a modernidade quase incompreensível de T.S Eliot e não conheci (ainda!) Ezra Pound. Talvez eu esteja com minha religiosidade devastadora em versos livres, entre Blake e Rimbaud. Talvez, e apenas talvez, eu esteja entre eles, sendo apenas eu mesmo, um poeta mediocre escrevendo para ninguém.

Um comentário:

Anônimo disse...

ESTÁ ESCREVENDO PRA MIM...(rs)

bj