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terça-feira, 20 de janeiro de 2015

JULIET SEVEN

I

Um lance mármore de escadas – [step by step]
Deparo e me amparo em tua divina presença
No monocromático paçadisso da burocracia
Labirinto de vozes reverberando em rígido caramelo
À tardinha chega sobrepondo a manhã recolhida.

II

Entre passos lentos ou apressados (sapatos, chinelos) chilreiam e estalam.
Perscruto por entre as frestas dos móveis e da bancada cinzenta.
Sombras e vozes ocultam teu rosto ainda. Teu silêncio transita e
entre os uniformes azuis e as pilhas obscuras de papéis pardos
dança a esperança de que sejas tátil de plena realidade ( perfeição!).

III

Meus dedos tocam a fina pele sintética do polímero metálico [touchscreen];
Prenunciam a tua – leitosa e virginal aurora de ternura (se o fora)?
A noite chega, uma obstinação sagaz e voluptuosa em carne e sangue.
O sono – que manso vem já e tua imagem – felicitet – não se vai, não!
E o sonhar com milhares de musas unidas [thousand and one, one in thousand].

IV

Em meu sonho não há fontes, rios, mares ou firmamento primevo
Nos quais possa afogar a insuportabilidade dessa ausência (Ninfa!).
O És. De ar, dos ventos, das aladas hostes, das etéreas luzes (Constelação!).
E eu tão apegado à este chão, à este peso, à esta carapuça rústica e vulgar,
Se quer posso contemplar-te em teu voo sobre as planícies paradisíacas.

V

Pela manhã todo pensar ainda entorpecido (de quando lúcida – seria real?)
Empedernida em sua vontade resoluta – o só querer ´pensar-te e apenas!
Não bastam as luzes, o silêncio do sonho perfeito [you in my mind];
O som do vento que acaricia a copa das árvores em o campo primaveríl.
Uma coisa apenas, um contraste que basta-se: sim, tua beleza – Digo-te!

VI

De todas as emoções e de qualquer primitivo sentido inominado
Apaixonar-se ainda é possível – a paixão inda possibilidade [broken]?
Nos mesmos anteparos, nas paredes silentes e no reflexo do chão
em giz (em eloquênte sim – retórica afirmamação do inominável).
Sim, há toda uma afirmativa de eternidade diluída e de fugacidade.

VII

(como o pode ser? Como será? Como o serei? [to be or not to be].
Teu corpo pequeno (mas uma pérola é mais que um oceano – o contém!)
É pleno de minhas intrincadas questões e todos os conceitos de estética e
O sangue harmonico que te percorre invisíveis linhas tênues [line of life]
É pleno de respostas além das palvras, epistemologias e hermenêuticas.

VIII

Ah! É possível que haja o pecado ou grave crime em desejar-te! Sim.
Teus olhinhos – pérolas raras e adocicadas – o que dizem de mim?
O que insinuam inconscientes tuas rosadas faces [face in to the face]
(romãs entre o adorno emoldurante de teus cabelos de seda chinesa)
Ao eu revestido desta máscara a envelhecer. Pele sobre pele – retrato de palidez!

IX

Inspiração e transpiração de todo o desejo diuturno [fever, fever, fever!]
Ó plenitude da possibilidade seja o teu olhar ligeiro, lírico e labiríntico;
Apegado ao tema do meu desejar-te – seja ele (see me) uma afirmação!
Assim, pouco a pouco – entre so-riso e o riso – desprendo-me da timidez
Avanço na direção do teu aroma como se o céu tivesse suave fragância,

X

Uma trilha de infinitas linhas, ligas e cruzamentos invisíveis nos ares,
Ah! O teu cheiro é das flores da manhã – jardim completo [perfect garden]
Quando o frescor do orvalho é banhado pelo gentíl e delicado sol matinal.
A que distância estaria então do teu abraço, do ritmo pulsante de teu coração
Do teu respirar como se o dom da vida não te impusesse limites? [eternity!].

XI

[Angel] mil vezes [Angel] e me despiria dessa humana forma (se possível)
Se fora possível no meu sonhar acordado – e apenas – te possuísse completa
E não apenas um olhar tímido e breve, algumas palavras ou um curto sorriso.
Mas teus olhos e o leve tato de tuas faces num beijo cuidadoso – tua boca e
Teus seios ao se eriçarem na carícia, teu sexo umectado pela minha paixão!

XII

Enfim o que dizer-te se esgotaste minha razão e minha gramática? Musa!
Pequena jóia no centro dessa expansão infinita e psicodélica de mundos,
Desenho em divinas formas que em carne e sangue palpitas [heart, heart]
Irradiando toda sonoridade e a beleza perfeita da cadente estrela d’alva,
A cruzar os céus de outubro nessas noites de astros [constellations] tão frios.

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