Sobre teu corpo de papiro nu
Sobre a seda chinesa de tua penugem eriçada
escreverei meu último poema
com versos contados em que não caíbam mais palavras.
E com o artifício de meus dedos em tinta
Serei o artesão do verso perfeito e ditoso
A sorver o divino néctar de teus amores.
E ao alvorecer de um novo dia estarás
Pasmada na embriaguez de toda minha arte
que se esvaiu em apenas um crepúsculo,
e consumiu-se em nossos suspiros e lamúrias,
na perfeita fusão do artista e sua esgotada arte.
Depois de teu corpo inteiro consumido em versos
Não há poesia que se falar ou canção para se cantar.
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