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quinta-feira, 11 de outubro de 2007

perfume do amanhecer

(para Bruna com carinho)


Era uma vez, numa terra de luzes e brisas.
Os habitantes de azul se moviam entre o cinza feroz das máquinas e um céu branco de tinta com suas luzes artificiais.
Alguns se fadigavam da rotina, outros pareciam nem ter vida.
Num lugar povoado de sombras, nos confins dessa terra distante, havia uma florzinha.
Era cheirosa, alva e tão docinha.
Lá no recanto das sombras, havia muitas outras flores, árvores e cores; mas as vezes a florzinha branca se sentia tão sozinha.
Todas as manhãs, um pequeno pássaro, zunindo suas azinhas, tocava docemente sua música: bom dia bela florzinha!
A florzinha sempre sorria e seu sorriso a tornava ainda mais bela.
Mas as vezes, por detrás daquele sorriso, o beija-flor via a tristeza.
Certa manhã, por seus voos matutinos, o beija-flor não viu seu sorriso e perguntou:
_Singela florzinha, porque você está tão triste?
A florzinha, de lágrimas lavada, disse ao beija-flor:
_Beija-flor, eu me sinto tão sozinha - exclamou.
_Não se sinta assim florzinha - continuou o beija-flor -, entre todas as belezas desse bosque, você é meu único amor.
_Por isso você diz coisas, alegres e divertidas; sábias e descabidas - perguntou então a florzinha.
_Sim meiga e pura florzinha - prosseguiu o beija-flor - sem seu sorriso não existe vida; pois você é a vida das flores coloridas!
Era uma vez numa terra distinta, o Beija-flor e sua Florzinha.As mãos, os olhos, o cheiro da manhã; o sorriso de todos os dias.

"Se a florzinha murcha, morre também o beija-flor"

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