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sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Olhos de noite 2

Por que tivestes medo dos meus olhos?
Porque todas as vezes que te vejo, vejo-te nua,
não importando de que armadura;
com o bronze ou se de estrelas te cubras?
Mas o meu, agora esquecendo, pelo teu pergunta:
O que há nesse vazio que preenche teus olhos
será a pura ausência dos meus?
Diga-me!O que há neles além do medo da tua nudez revelada?
Não! Não é ausência de alma;
é a profundidade de um afogamento no lago profundo,
cujo límpido azul se converte em cinza e negro.
Seria então a vergonha do meu penetrar-te,
através da carne fria e da alma aquecida?
Se te envergonhas, não percebes que me humilho ante a tua vergonha,
e que também me desnudo com a tua nudez,
e que me cego ante teus profundos olhos?
Ser já não importa, ter parece-te impossivel.
O que queres além dos transpassados augurios dessa alma escassa?
Responda-me! Antes que finde a noite,
e seja imediato, o eterno dia.Imediato...Eterno...Dia!