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quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Revolução

Companheiros
Valores temos
Temos complexos
Lutamos
Lutaremos
Pelo que sempre foi meu.

Camarada
Primeiro
A força do mundo
Em nossos joelhos.

Juntamos os olhos
Os ossos
Trazemos
Junto 9 (ao nosso fardo)
De escravidão.

Temos força
Homens !
Temos o chão que chamamos
Terra !
Companheiros !
Companheiros !
A hora é essa !

James Joyce

Sou irlandês
Por isso existe o ódio irlandês
Por isso amo a Irlanda
Por isso tenho tanto orgulho.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Vênus

Com tantos abismos que seguem outros
Tua nudez era mais um entre tantos

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Relativismo

Procurava verdades
Devorava jornais
E as letras sem me saciar.
Procurava verdades
No céu nublado
Na lua cheia
Na velocidade da luz.
Procurava verdades
Em cada segmento da vida,
Nas rochas sedimentadas.
Procurava e tinha medo.
Procurava o tempo
Reduzia o sono
Esquecia o dinheiro:
Na padaria
Na livraria.
As bases da Sabedoria:
O pão da vida
O alimento da alma.
Pão.Livros.Espírito;
E procurava verdades
Nunca a encontrei.
Esteve sempre comigo
A verdade que eu procurava,
Estava comigo
Mas eu sempre tive medo.

Sulamita

(para alguém cujo corpo
desejado me é proibido)


Teu corpo baila majestoso diante dos meus olhos
Fazendo minha alma escorregar para a perdição
Pois meu coração está manchado com o pecado
Por você tão levemente destilado.

E como sofro por esse amor tão letal e proibido!
Esses teus olhares lânguidos possuem tudo
Menos a piedade por esse pobre perdido.

Por que me atormentas ?
Se teu corpo que enche meus olhos
É velado como o profundo segredo da eternidade ?

Mas te amarei,
Mesmo sem poder jamais te tocar,
Pois trazes essa carga de vida para o meu peito
Essa paixão doentia por mim já quase esquecida!

Terei sempre contigo essa dívida de desejo,
De desespero, de insônia e desassossego;
Pois tua voz é doce como as correntes de um riacho
que me rouba a razão deixando apenas saudade
A impossibilidade da tua ingênua mas poderosa paixão.

Perco-me irracivelmente,sem querer ser encontrado!

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

O motivo e arte

O poeta não pergunta porque escrever ou qual o sentido da sua arte antes de "escrever". A poesia não pergunta por motivos; é ela o próprio motivo. A poesia pergunta pelo poeta, "onde está você ?". Participei de oficina de poesia, mas não se pode ser "o macânico de poesia". Só se pode ser poeta naturalmente. Nessa tal oficina, o instrutor reagiu quando eu disse que "jamais existiria outro Drummond" . Anoto na minha integra sua réplica: "Ora, talvez você possa ser maior que ele, um dia alguém pode reconhecer o valor da sua poesia." Permitam- me dizer que morrerei a discordar desse nefasto comentário, porque ele mesmo (meu interlocutor), poeta mediocre, se é que o possa chamar de .....,jamais será capaz de julgar os méritos de uma obra de tal grandiosidade como a de Drummond. Certa vez quando destruí grande quantidade de meus poemas inéditos (e eles ficarão eternamente inéditos), minha sábia professora disse: "não faça isso, esses poemas são parte de você!). Ah ! Isso sim é uma verdade profunda. Ela não disse, "não faça isso; esses poemas são muito bons" e não disse pior assim: "não faça isso, pois você pode ser reconhecido no futuro como sendo melhor que Drummond." Seria essa uma heresia digna de fogueira.
Não sou como o naturalmente-poeta-admirável Neruda, Não possuo a dramaticidade de Garcia Lorca nem a modernidade quase incompreensível de T.S Eliot e não conheci (ainda!) Ezra Pound. Talvez eu esteja com minha religiosidade devastadora em versos livres, entre Blake e Rimbaud. Talvez, e apenas talvez, eu esteja entre eles, sendo apenas eu mesmo, um poeta mediocre escrevendo para ninguém.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

amore est

Nariz estranho
Estranha boca.
Como andava a estranha,
Era manca.
Mas havia uma estranha beleza
Naquela estranheza.

"Eu tenho um sonho"

Martin Luther King


As mãos calejadas olham desprezáveis
Vão aos olhos com toda poeira
Filtrando os raios do sol;
Sol da Justiça que É mera força
Da nossa expressão abatida.
Assim diria Nietzsche.

Tua alma ?
Quem a perdeu ?
Quem a encontrou ?
Quem a chorou ?

Nos levantamos com a força esvaindo
Mas eu guardo o sonho
Em meus peito negro e árido
O sonho de miríades
O sonho do libertário.

Á Pablo Neruda

As montanhas de Neruda
Seus pássaros, sons, cheiros
Cada erva de tempero;
Seu louvor pela culinária
E também a louvou amável.

Entusiástico com suas alturas
Pátria, alpes, a praia, córregos
Mundo particular de pequenos
Pequenas, ladrões, pequenas causas.
Humano demais para os Seus
Pobres, mundos, exílios.
Provinciano talvez, porque sempre
Mesmo distante, milhas sobre o mar
Longíncuo céu de estrelas.
Uma Itália, um carteiro ?
Guardava sonhando, no coração
Bom, o Chile, Chile amado

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Um buraco no mundo

Qual o sonho de um homem em um buraco aberto
Violentando a natureza urbana por falta de trabalho, ou mãos, ou motivos ?
Qual o objetivo dessa aquisição que passa, todos os dias por minhas brancas mãos ?
Sim, branca de morte, dessa morte que se alastra
Com as crianças de felicidade inocente, de pés
Descalsos, de asfalto quebrado, pelo meio, de paralelepipedos,
Malhados como jogo da velha, da velha viéla
De tantos anos como eu e meus pais de todos, cansados
Desses submundos de casas amontoadas de alvenaria torta e beleza sórdida.
Um buraco imundo
Para cada homem imundo
De salário imundo
Em um país imundo.
Subterfúgios figurados na ignorância.
E como sempre !
A culpa...
É do povo.

A lama cinzenta dos caminhos do mundo

A lama cinzenta dos caminhos do mundo

Valiosa etnia do mundo;

E nos perguntamos

Na contemplação de cada paisagem

Que não se repete:

O condutor en-Deusado das leis